AS CRIANÇAS E A SAÚDE PSICOLÓGICA
Bem-vindo ao Blog dos Serviços de Psicologia e Orientação do Agrupamento de Escolas de Estarreja
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
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(APAV para jovens)
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A SAÚDE DOS ADOLESCENTES PORTUGUESES
Foi há uma semana: um
grande estudo sobre os adolescentes portugueses trouxe algumas notícias
preocupantes. Há mais jovens (um em cada cinco) a provocarem lesões a si
próprios para lidar com sentimentos negativos. Há mais a queixarem-se de
sintomas frequentes de mal-estar, de dores de cabeça (36%), a nervosismo
(52,5%). Também há mais a não fumar e a não beber álcool regularmente, o que é
bom. Mas cresceu o grupo dos que não se sentem lá muito felizes — 5,5% dizem
que quase sempre se sentem tão tristes que até parece que não aguentam (eram
3,8% em 2010).
É
fácil perceber a evolução, para o bem e para o mal, dos diferentes indicadores,
porque este mesmo estudo, feito a partir de mais de 6000 inquéritos, é repetido,
em moldes semelhantes, de quatro em quatro anos. Como se explica o que piorou?
Não são só os investigadores que fizeram o estudo que querem agora perceber
melhor as tendências detectadas. Um grupo de 70 adolescentes vai, em 2015,
debruçar-se sobre este relatório chamado A
Saúde dos Adolescentes Portugueses.
“A agitação escolar dos
testes, exames, provas orais, trabalhos, horários, entre outros factores, criam
uma aura de agitação e stress, para a qual não estamos mentalmente preparados.
E, em alguns casos, quando se chega a casa, ainda existem problemas, como
discussões entre os pais.” Carolina Diogo, 17
anos
Os jovens vão analisar os
dados recolhidos e produzir recomendações. Fazem todos parte de um projecto
chamado Dream Teens — criado este ano pela associação nacional de promoção da
saúde dos jovens, Aventura Social, em parceria com a Fundação Calouste
Gulbenkian e a Sociedade de Psicologia da Saúde.
Têm entre 12 e 19 anos,
estudam em diferentes pontos do país, debatem muito pela Internet. O projecto
Dream Teens pretende essencialmente “ouvir a voz dos jovens” e dá-la a
conhecer. Falámos com alguns deles para fazerem para o PÚBLICO uma primeira
análise dos dados conhecidos na semana passada. As palavras “stress” e
“ansiedade” são bastante repetidas. A “crise” também lá está.
“A crise económica tem
trazido muitas dificuldades às famílias em que se integram os jovens, que, já
antes de entrar no ensino superior, decidem que vão emigrar para conseguirem o
emprego que querem. A insegurança em relação ao futuro provoca nos adolescentes
um profundo desalento e um estado de ansiedade.” Manuel
Magalhães, 19 anos
“As famílias, pequenas ou
numerosas, começaram a sentir uma instabilidade maior devido à recessão que
deixou pais no desemprego, criando mal-estar em casa, um aumento de discussões
entre casais, uma diminuição de atenção para com os filhos (...). Precisamos de
apoio e não de discussões.” Daniela Guilherme,
17 anos
Fizemos algumas perguntas:
como acham que se explica o aumento do mal-estar revelado no estudo conduzido
pela equipa da Aventura Social? Qual a dimensão das chamadas “provocações na
escola”? — 34% dos 6000 jovens inquiridos para o A Saúde dos Adolescentes Portugueses
disseram que foram provocados na escola mais do que uma vez por semana nos
últimos meses. O que deve mudar na educação sexual? — há quatro anos 95,2% dos
adolescentes que já tinham tido relações diziam ter usado preservativo na
última vez em que tinham estado com alguém, contra 70,4% agora, o que os expões
a infecções como o VIH/Sida.
Comece-se pelas respostas
ao primeiro tópico. O mal-estar é qualquer coisa que os adolescentes associam
ao stress, como já se disse, e à ansiedade que o futuro suscita.
“Penso muitas vezes se os
resultados escolares que obtenho e a minha personalidade serão suficientes para
me assegurarem uma vida próspera e tal preocupação ocupa os meus pensamentos
regularmente (...) Problemas em casa também me põem nervoso com o futuro dos
meus pais e com a relação que tenho com ambos. Apesar de estar habituado, de
vez em quando sinto que fico mais triste e deprimido.” André
Sousa, 17 anos
“O futuro assusta-nos,
mete-nos em constante dor de cabeça.” Vanessa
Reis, 17 anos
É certo, dizem, que isto de
ser
adolescente já é, por si só, uma coisa difícil. Há a questão das “grandes
alterações hormonais”, explica uma das "dreamers".
Há o problema do “pouco descanso” que não ajuda a estar em forma, acrescenta
outra — é que, diz, o tempo nunca parece ser demais para gastar nas redes
sociais. E, por fim, nesta idade dá-se “demasiada importância às aparências e
às modas”, o que é uma pressão.
A generalidade dos
adolescentes passam por isto sem mazelas. Mas alguns não conseguem.
Depois de um encontro
nacional, em Lisboa, nos dias 21 e 22 de Novembro, cerca de 70 Dream Teens — os
“dreamers”
como alguns se auto-intitulam — entregaram pessoalmente ao secretário de Estado
da Saúde, Fernando Leal da Costa, um conjunto de recomendações para melhorar a
saúde dos adolescentes em 2015.
Recomendação n.º 1: que se
faça “uma campanha de sensibilização, a nível nacional, nas escolas e nos meios
de comunicação social”, sobre as doenças mentais e suas consequências. “Há um
estigma sobre este tipo de doenças e é importante educar as pessoas”,
escreveram no documento.
Ao PÚBLICO levantam
hipóteses sobre o que estará por trás, por exemplo, do fenómeno da auto-lesão
que o relatório da semana passada pôs em destaque ao registar um aumento de
cerca de 5 pontos percentuais do grupo dos que dizem que a praticam.
“Há toda uma panóplia de
estímulos que pode resultar na decisão de pegar num objecto cortante e cortar o
nosso corpo. Trata-se mesmo de um estado de tristeza, desespero e falta de
capacidade para lidar com as emoções. Muitas vezes os jovens não pedem ajuda
porque têm vergonha de a pedir, ou então medo das consequências (consultas,
conhecimento da família/amigos, tratamentos), ou pensam que não vai dar em
nada, e que permanecerão assim para o resto das suas vidas.” Carolina
Pia, 18 anos
“[Os jovens que se magoam a
eles próprios] não procuram ajuda por não haver ninguém que os ame e lhes dê
total liberdade de falar e desabafar, sem julgar ou zangar! Actualmente, são
muitos os que julgam e poucos os que se colocam ao lado e ajudam.” Joana
Lourenço, 16 anos
“Estes adolescentes devem
sentir que são uns fracos, não têm nada de bom para a sociedade e, como seres
inferiores que se acham, merecem sofrer em vez de procurarem ajuda (...).
Muitas das vezes, e por casos que já tive e tenho conhecimento, estes jovens
não procuram ajuda pois, como não confiam neles próprios, também não confiam
nem são capazes de confiar em alguém." Diogo
Santos, 17 anos
Depois de entregarem em
mãos o documento, ficou prometido pelo secretário de Estado Fernando Leal da
Costa um novo encontro com os “dreamers”,
conta Margarida Gaspar de Matos, a coordenadora da equipa da Aventura Social
que elaborou o A Saúde
dos Adolescentes Portugueses (algo que tem repetido de quatro em
quatro anos, no âmbito do estudo da Organização Mundial de Saúde, o Health Behaviour in School-aged
Children).
As “provocações na escola”
é outra questão destacada no relatório. Um terço dos adolescentes inquiridos
dizem que foram provocados, nos últimos dois meses, em média, uma vez por
semana, e 5%, várias vezes por semana. Por que razão acham os “dreamers” que
isto acontece e como se resolve?
“Normalmente a pessoa que
provoca tem falta de atenção da família, o que vai fazer com que ‘descarregue’
a sua frustração em cima de pessoas mais solitárias ou até mesmo pessoas que
não se vestem de acordo com as tendências ou que são magras, gordas, baixas ou
até mesmo ‘nerd’. Sim já presenciei várias vezes algumas situações assim e
muitas delas foram esquecidas pelos adultos.” Cristiana
Beltrão, 16 anos
“Sim, é frequente na minha
escola, apesar de que se tenta sempre solucionar rapidamente, aplicando sanções
aos agressores tais como trabalhos escolares, trabalhos comunitários e, em
casos extremos, suspensões!! “ Diogo Santos, 17
Entre as recomendações que
os Dream Teens entregaram ao Governo, há também algumas surpreendentes.
“Limitar a Internet em locais públicos para favorecer as relações
interpessoais”, é uma delas.
“Considero algo preocupante
a quantidade de horas que cada vez mais jovens passam em frente das novas
tecnologias. Há tanto na rua por descobrir, tanta forma de passarmos o tempo e
de nos divertirmos.” Sara Fialho, 17 anos
Nas suas recomendações para
2015, o “dreamers”
também sublinham a importância de “manter a Educação Sexual como uma área
prioritária em meio escolar, adaptada às idades dos alunos, assegurando a
informação e a formação de professores e pais”.
O estudo A Saúde dos Adolescentes
Portugueses mostra que em 2014 são menos os que iniciaram a sua
vida sexual: 16,1% disseram que já tinham tido relações; há quatro anos a
percentagem era de 21,8%. Contudo, há quatro anos 95,2% dos adolescentes que já
tinham tido relações diziam ter usado preservativo na última vez em que tinham
estado com alguém, contra 70,4% agora. Margarida Matos considera “alarmante”
este resultado. O que dizem “teens”?
“Os jovens estão a iniciar
a sua vida sexual mais tarde porque existe uma diminuição da pressão social,
sendo que a escolha de iniciar a vida sexual mais tarde tem agora uma maior
aceitação entre os jovens. [Já] a diminuição do uso do preservativo está a
ocorrer devido ao aumento no número de jovens que, infelizmente, encaram os
tratamentos e os medicamentos para o VIH como uma razão para não se preocuparem
em usar os métodos contraceptivos.” Manuel
Magalhães, 19 anos
“A sexualidade é fracamente
abordada nas escolas, pelo menos pela minha experiência. O assunto é referido
duas ou três vezes por ano no 3.º ciclo e talvez uma no secundário, muito aquém
do que deveria ser na realidade, ficando muitas questões sem resposta. O tema
continuará a ser um tabu enquanto os adultos continuarem a ficar envergonhados
e com poucas palavras quando explicam certas coisas aos mais novos e enquanto
piadas de mau gosto, que por sua vez levam a reforçar preconceitos, continuarem
a serem ditas entre os jovens, porque ouviram dos pais ou da televisão.” André
Sousa, 17 anos
Outro dos dados que
preocupou Margarida Matos foi o facto de cerca de 18% dos adolescentes que já
tiveram relações sexuais terem dito que preferiam ter iniciado a sua vida
sexual mais tarde; 5,2% disseram que na sua primeira vez, não queriam na
realidade ter tido relações. Isto leva a investigadora a defender que a
educação sexual saia do âmbito exclusivo da prevenção do risco sexual e passe
“a abordar a sexualidade em termos de competências pessoais, de relações
interpessoais, de equidade de género e de direitos humanos”. Os jovens
concordam.
“Muitas das vezes, a
Educação Sexual nas escolas é um pouco dada pela rama e aborda apenas os
assuntos superficiais como a morfologia do corpo, os métodos contraceptivos e
infecções sexualmente transmissíveis, deixando a parte emocional e sentimental
(também faz parte da sexualidade dos indivíduos) esquecida. Esta devia ter um
grande ênfase e [devia esclarecer-se] alguns tabus relativamente a, por
exemplo, aceitação do próprio corpo e orientação sexual.” Joana
Lourenço, 16 anos
Se há tema que suscita
consenso entre os jovens que responderam ao PÚBLICO é este. É preciso mais e
melhor Educação Sexual, porque, como remata Joana Lourenço, cada um tem o seu
tempo e esse tempo deve ser valorizado e acompanhado.
Fonte: Jornal Público
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